Cavalgada Tropel Mangalarga celebra o cinquentenário de Brasília e passa por Araraquara
O Projeto Tropel Mangalarga – uma cavalgada diferente que celebra o cinquentenário da cidade de Brasília (DF) e que tem como objetivo muito mais que o prazer de viajar a cavalo – começa na capital paulista neste dia 7 de novembro, com previsão de término em meados de dezembro, em Brasília. Araraquara recebe os participantes do Tropel Mangalarga e o prefeito Marcelo Barbieri recepciona a comitiva, na Praça Pedro de Toledo, no dia 16 de novembro.
O ambicioso trabalho foi desenvolvido dentro de um conceito multidisciplinar que pretende promover uma reflexão sobre o meio rural, a equinocultura e o Brasil do passado (recuperando a memória de um hotel construído por Juscelino Kubitschek), do presente (realizando a entrega solene da placa de fundação deste hotel no Memorial JK) e do futuro (utilizando esta iniciativa como exemplo de preservação da história para as próximas gerações).
Durante a jornada os participantes desenvolverão estudos e pesquisas abordando os mais diferentes campos do conhecimento, como a história, a geografia, a sociologia, a ecologia, o turismo, o esporte e a seleção zootécnica.
A empreitada será levada a cabo por dois cavaleiros, Pedro Aguiar e Sebastião Assumpção Malheiro Neto, e uma representante feminina, a amazona Telma Somenzari Malheiro. Todos eles donos de uma vasta experiência no mundo do cavalo, do turismo rural e especialmente das cavalgadas.
Conhecido no meio equestre como Pedroca, Pedro Aguiar possui um impressionante currículo. Entre muitos feitos, o que mais impressiona é a viagem que lhe garantiu um lugar de honra no “Guinness Book”, o livro dos recordes. Em 1991, o veterano cavaleiro, que hoje está com 77 anos, percorreu aproximadamente 20 mil quilômetros dentro do território nacional. A viagem, realizada na companhia de seu irmão Jorge e do amigo José Reis, lhe rendeu também convites para tornar-se membro de duas importantes entidades internacionais sediadas em Londres, a Royal Geographical Society e a Long Rider´s Guild. Além disso, Pedroca comanda há 30 anos a Fazenda Bela Vista, em Dourado (SP), onde tem ensinado o amor ao cavalo e às cavalgadas a diferentes gerações.
Por sua vez, Sebastião Malheiro, que descende de uma tradicional família mangalarguista e integra atualmente o Conselho Deliberativo Técnico da Raça Mangalarga, foi um dos precursores do enduro equestre no País. Em 1990, ele organizou a primeira prova da modalidade com a utilização de planilhas, dando início a um esporte hípico que se espalharia por todo País. Além disso, ao lado da esposa Telma, é responsável por um pioneiro trabalho de turismo rural e educação ambiental no Parque do Lago, em Dourado (SP).
Além de celebrar os 50 anos de Brasília, o projeto tem outros importantes objetivos, como divulgar a raça Mangalarga, avaliar a performance da tropa durante o percurso, promover a divulgação de culturas regionais, incentivar o debate a respeito da questão ambiental, além de produzir material fotográfico e em vídeo de lugares e pessoas durante o percurso.
Ampla preparação
A preparação da cavalgada exigiu um amplo trabalho logístico, que englobou desde a definição do percurso que será percorrido pelo grupo até a organização da equipe de apoio. Afinal, para coordenar a ampla gama de tarefas que serão realizadas pelo grupo será necessária a atuação de uma série de profissionais que darão suporte aos conjuntos participantes, como médico veterinário, ferrador, tratador, fotógrafo e motorista para o caminhão de apoio.
Os organizadores realizaram também uma criteriosa seleção para definir as oito éguas que integram a expedição: Dengosa RBV, Xica do Mangabaia, Xereta do Mangabaia, Serpentina RB, Araruta CJ, Q Linda MAB, Revista da Cravinhos e Honduras do Mont Serrat.
Desde o início de junho, essas fêmeas participam de um intenso trabalho de treinamento no Parque do Lago. Os organizadores têm trabalhado a adaptação do grupo de éguas, desenvolvendo a preparação psicológica, pulmonar e muscular necessária para enfrentar um longo trajeto. Para que esta meta seja atingida, os animais estão sendo submetidos a cavalgadas, exercícios de natação e também de equitação.
Além disso, estão tendo que se habituar às situações estressantes que irão enfrentar ao longo da viagem, que incluem: transposição de obstáculos naturais salto de troncos e atoleiros, acomodação em caminhões e principalmente o trabalho próximo a rodovias.
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